domingo, 3 de agosto de 2008

A Batalha de Santo Amaro

Depois de um mês desértico em São Paulo, hoje choveu. Sim, no dia do jogo decisivo para o futuro do beisebol fflchiano, choveu. Contra os Wild Eagles de São José dos Campos, os antropófagos precisariam colocar toda a sua técnica à prova: uma derrota acabaria com as esperanças do time de chegar ao Nacional. O cenário da peleja? O Nikei, em Santo Amaro (vulgo MTO longe...), casa do nosso querido 3ª base Edu.

A viagem em nada foi diferente das anteriores, isto é, estradas de terra que testaram nossos motoristas oficiais Ovelha e Neander. Nessas sinuosas veredas, um fato que fará parte do imaginário da nossa equipe: Xaión, aflito com a demora, interpolou um nativo (que estava a cavalo, diga-se de passagem): “Hey boy, onde é o campo de baseball?”. Dispensa comentários.

Minutos antes da partida veio o almoço. Nada muito pesado: uma suave feijoada com couve e farinha foi servida aos atletas. Destaque para os pratos de Risada, Hugo e Benaque (este último ousou repetir. “É um idiota!” foram as palavras do sábio mestre Ovelha).

O jogo desenhou-se da forma que todos esperavam: um jogo disputado, tenso e, sem dúvida, enlameado. A chuva ia e vinha, sempre na defesa antropófaga, o que testou ainda mais toda a desenvoltura dos atletas.

Depois de muitos altos e baixos, a FFLCH chegou à segunda metade 9ª entrada com 4 corridas de vantagem. Jogo definido? Não quando se trata de FFLCH. Atrás por 3 corridas e com 2 eliminados, os Wild Eagles lotaram as bases e pareciam estar dispostos a jogar areia (ou barro, no caso) no sonho nacional dos antropófagos. O nosso primeiro arremessador Hugo (conhecido também por uma bolada no queixo durante os treinos na praça do relógio), jogando de short-stop no momento, tentou imitar a famosa dança do Xaión e acabou se atrapalhando na defesa. A diferença caia para 2 tentos. Logo após, foi a vez de Tomas tirar a bola para uma valsa e assistir à vantagem cair para 1 mísera corrida.

O cenário era o mais aberto possível: bases lotadas, dois eliminados e dois times sentindo a pressão do momento (sem malícia, por favor...). Veio o arremesso. O som da rebatida ecoou pela floresta que cercava a arena. O tempo parecia estacionado enquanto a bola se dirigia para Tomas. A pelota atingiu a luva do arremessador e, deste, partiu como um projétil para as mãos de Renan, posicionado atrás do home-plate. O estalo da recepção veio como os trompetes que anunciam o retorno do exército vencedor: a FFLCH triunfou! Depois de mais de 4 horas de jogo e muita lama nos uniformes, os antropófagos demonstraram sua fúria e despacharam os Wild Eagles com o bico sob as asas.

Apesar das excepcionais atuações de todos, existiram três destaques incontestáveis:

- O coração do Pândego, que, apesar de uma leve acelerada na 1ª entrada, não traiu nosso querido professor, permitindo que o catcher pudesse viver para testemunhar a primeira vitória do beisebol fflchiano no ano;
- Benaque, o ecano, que conseguiu seu primeiro hit e anotou a corrida que selou o êxito da equipe;
- e, por fim, Risada, que, estimulado pela torcida das meninas de 7 a 11 anos, realizou todas as eliminações da 4ª entrada, incluindo um belo double-play.

Depois desta que ficará conhecida como “A Batalha de Santo Amaro”, a FFLCH pôde saborear a vitória que, no caso, tem um gosto todo especial de assado de galinha caipira (mals Xaión, mas o adjetivo é inerente ao vilarejo de São José dos Campos). Valeu antropófagos! Rumo ao sol de Ibiúna!

2 comentários:

Rodrigo "Ovelha" disse...

Hey Boy! Ótimo texto! Batalha árdua, suada e bonita de ter sido vista... pena que a equipe de transmissão da ESPN ficou atolada nas estradas que levam ao longíncuo local da partida...

Risada disse...

vc ta lendo muito eça de queiróz....puta descrição imensa! huahauhau...mas ficou bem bom!

E realmente... eu tava uma máquina!!!! hauhaua

Já sabem né, se vcs tiverem priminhas, afilhadas ou conhecidas, dessas q ainda curtem RBD e que dão gritinhos histéricos... levem q eu garanto o desempenho! hauahua